Amor além dos poemas de amor (I - Gênesis)


Tomou feição de lágrima
no batismo da face.
Na medida que a alma fluía,
o corpo sublimava.
Ia beijar o pé das nuvens.
Quando viu
se viu
desiludido:
a criatura por si só sendo
criada?

Foi tomá-la pela mão.
Ao chegar precipitado
tombou um céu de altura.
O deslize do céu.
Desde então eles gravam
no busto da vida alguns de seus laços.
E há quem diga que o homem
vale de Deus na terra pra dar liga ao barro.



Cristiano Siqueira
(Foto de Nils Jorgensen)

7 comentários:

Anônimo disse...

cortante...adorei!!!

bjus

Flávia Braun disse...

linda a maneira de escrever sobre o amor.
O amor é coisa dos céus, mesmo!
Há que percorrer esses longos caminhos para tocá-lo!

Ana Pellegrino... disse...

Olá, Menino Poeta... sempre me surpreendendo com vc... amei...
bjss
Ana

José Antonio Klaes Roig disse...

Oi, Cristiano. Vindo conhecer teu blog, maravilha de textos...
Acredito que somos mesmo criaturas poéticas sendo por si só criadas à imagem e semelhança de nossas leituras de vida e de tempo.
Parabéns pelo blog, é um privilégio tê-lo como amigo e colega de letras, em prosa e verso. Abrs, Zé.

juan salazar disse...

seria este um poema religioso?

Talita Prates disse...

Nossa, que MARAVILHOSO!
Lindíssimo, Cristiano! Parabéns!

Sinto-me muito grata e honrada por tua visita lá no blog; espero que possa voltar mais vezes...

Um bjo grande.
Talita.

Débora Benvenuti disse...

Visitei teu blog e gostei muito dos teu poemas. Estás de parabéns!!!
Espero a tua visita no meu blog:
http://deborabenvenuti.loveblog.com.br