Amor e dualidade

O problema não é que nossos beijos
Não tenham se encontrado.
O problema, é como hei de saber
Com quais lábios meus beijos
Serão dados.

Se me dissestes de tua janela
Todo encanto que sentistes
E tal encanto não foi mais
Do que brisa sem manhã,
A quem confiarei meu copo d’água,
Meu suor envolto à lágrima,
Minhas vestes desnudadas
Depois do amor?

Espero o tempo
Em que não haja mais tempo.
Uma época
Em que os relógios de areia,
As estações e o mistério dos versos
Sejam uma só coisa.

O momento em que nosso amor
Alcançou consolo
Entre a pluralismo das almas,

E a dualidade dos corpos.


Cristiano Siqueira
(Foto de Richard Bram)

2 comentários:

INCÓGNITA disse...

"...Mais longe que tudo, além,
mais longe que acima do além(...)como 2 acrobatas, subamos, lentíssimos, lá onde o infinito, de tão infinito nem nome tem...
Subamos!"
V.de Moraes

Anônimo disse...

Beleza escorrendo dos versos!