amor involuntário

(há o amor que não começa nem termina, só permanece...)

quando esse amor
(que tanto atordoa)
implora que eu lhe esqueça os motivos,
eu o imploro que fique,
inconseqüente,
por mais que triste,
por mais que me doa.

quando enfim cogito:
agora sim esse amor foi embora!
ele ressurge
tão novo quanto antigo,
monumento do que sinto
fixo, no peito da memória.

quando desse amor desisto
e rasgo de seu livro todas as folhas,
ele denuncia em meus olhos
tudo que vivo,
e não posso ter escolha...

Cristiano Siqueira



(Foto de Adrian Fisk)

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei!