amor calado

não sei com que razão
me doto de ti.

com qual força
vasculho os arcabouços
de tuas sombras.

até quando me condeno
aos sulcos de teus rastros
me impeço de ser eu
e o exaspero do que és
está em tudo que eu faço...

ah! lembrasse o regozijo
de esquecer-te,

como preciso!

este ímpeto: querer-te!
não basta!

sou indeciso de amores...

e se um dia julgar-me fores,
saibas que te amei
calando minha vontade

menos pelo medo de teu não
que pela ventura de amar-te!


Cristiano Siqueira
(Foto de Fernando Angulo)

3 comentários:

Anônimo disse...

Esta mudez de amor é tão hercúlea, tão impetuosa, tão desesperada!

"eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia/de silêncios e de luz/nós somos medo e desejo, somos feitos de silêncio e sons/tem certas coisas que eu não sei dizer"

Eu amo essa música!
E a partir de hoje, amo o poema também.

Anônimo disse...

Amor, de teus poemas este é o que mais me tocou, juro por tudo de mais sagrado eu chorei! Chorei ao ler, chorei e choro
ao reler... eu amo tua poesia, amo tuas palavras, teu coração tão cheio de dor!Pois o amor é assim, dói e dói sangrando, é um amor doendosangrando mais gostoso que há na vida!
Eu amo vc e se fosse preciso morrer pra provar a grandeza do meu amor eu o faria!

te amo meu poeta, eu te amo, eu te amo.....

Anônimo disse...

Pega logo o que é teu...antes que a vida acabe! Toma posse.