Amor às baratas

Uma barata sai pelo ralo!
Não tenho coragem de mata-la.

Ela ainda sem asa
Mal-nascida
Nua e atrevida,
Me olha
Com antenas molhadas!

Não te mato
Barata safada!
Não te mato!

No fundo eu a invejo!
Vejo que de si mesma
Tu não sentes teu asco!

Cristiano Siqueira
(Foto de Emanuel Couto - fonte: olhares.com)

3 comentários:

Anônimo disse...

Asquerosamente sensível.
Comove o coração e as entranhas.

Anônimo disse...

"Encontrei uma barata na cozinha
Eu olhei pra ela, ela olhou pra mim
Ofereci a ela um pedaço de pudim
E o curioso foi que ela...

Ela disse sim!
Vem cá ficar comigo!
Sim! Gosta de tudo o que eu gosto!
Sim! Vem Kafka!"

Poetas são mágicos mesmo! :)

Lucas Borges disse...

só mesmo vendo o asco de si podemos ser o que somos...
exalte-se as baratas que de vida erma completam o medo dos humanos sabedores dos próprios defeitos