Amor no espelho

O espelho
De joelhos ao chão
Clamando por minha face!

Não me reconhece
E tampouco sabe:
Sou reflexão...

Tateia o concreto
Dos meus olhos,
Relega se interpreto
O abstrato do olhar

A vaidade e seus ditames.
Beleza e permanência.
Idade e nuance.

Afinal,
Sou eu quem se espelha
No vesgo espelho que me olha

e não me enxerga?



Cristiano Siqueira
(Foto de Renne Burri)

3 comentários:

Anônimo disse...
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Valdeck Almeida de Jesus disse...

Lindo poema... São poucas as vezes que me deparo com uma linguagem tão simples e ao mesmo tempo tão profunda...

Você tem uma sensibilidade muito grande e escreve com a alma.

Parabéns pela escolha do tema, pela 'reflexão' provocada no leitor, através do seu espelho...

Valdeck Almeida de Jesus
Escritor, Poeta e Ator Amador
www.galinhapulando.com

Riccardo Joss disse...

'Narciso acha feio aquilo que não é espelho'.